Era uma vez um soldado
Que tinha perdido a memória,
Ás voltas do mundo tem andado
Á procura da sua velha glória.
Perdido das suas lembranças,
Mantinha a esperança acesa,
De encontrar nessas andanças,
Quem lhe soltasse a represa.
Pois de nada se recordava,
Só sabia que era soldado,
Pois o uniforme que usava,
Era a única pista do passado.
Certo dia, porém, encontrou,
Outro desvalido sem rumo,
Que só dizia: - Não sei quem sou!
Era um guerreiro com aprumo.
O uniforme era diferente,
Muito mais rudimentar,
Mas tinha um ar de valente,
E de quem sabia lutar...
Continuaram os dois, então,
A procurar a vida passada,
Foi difícil, pois havia o senão,
De nenhum se lembrar de nada.
Mas um dia, com o Sol alto,
Avistaram os dois um ponto.
O coração dos dois deu um salto,
Já se lembravam do confronto.
Correram então com destreza,
Para mais rápido chegarem,
Pois para eles, era a certeza,
De uma resposta encontrarem.
Mas então, um imprevisto...
Outro homem encontraram,
Com um aspecto tão esquisito,
Que os dois, mudos ficaram...
Era loiro e entroncado,
Com uma farda diferente,
Mas mesmo com um ar cansado,
Tinha um aspecto imponente.
Conversaram então os três,
Sobre aquilo que se lembravam,
O segundo disse: -Sou Gaulês.
Os outros dois concordaram.
O terceiro com uma voz trovante,
Disse que era um Teutão orgulhoso,
E o primeiro respondeu de rompante:
- Eu sou um Romano impetuoso.
Então os três pensativos,
Olharam e gravaram na mente,
Em imagens, como incentivos,
Aquele edifício tão imponente.
Então, o Teutão falou,
Aquilo que eles queriam ouvir:
- Desde que aqui estou,
Só vi três homens a ir e vir.
Elaboraram então o Plano,
Para os obrigar a sair.
Era um arriscar insano,
Mas não iam desistir.
Dentro do edifício, os três,
Que ali residiam à anos,
Não sabiam que desta vez,
Seria o fim dos Natarianos.
E tiveram sucesso os soldados.
Os natares caíram na armadilha,
E os três juntos, lado a lado,
Conquistaram mesmo a Maravilha.
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